quarta-feira, 24 de março de 2010

SNAP x Castidade


Nem tudo que é bom vem de fora...[1]

Realmente, assim já dizia o poeta e é a mais pura verdade.

Chega ao Brasil mais uma brincadeira suja e de teor sensual(para variar). São as já conhecidas entre os jovens Pulseirinhas do Sexo, conhecidas lá fora como SNAP.
Em conversa com uma amiga irlandesa, que me explicou do que se trata a brincadeira, ela disse: Não acredito que exportaram essa porcaria para o Brasil!

O fato é que as coisas chegam e os jovens querem apenas estar na moda. Podem até usar como mero adorno mas, devemos sim nos preocupar com o que o outro pensa, por que devemos dar o nosso testemunho sempre.

Não cabe aqui explicar o significado de cada cor mas, fiquem sabendo que, vai desde um simples beijo a sexo selvagem. Essa brincadeira abre condições para se ter relações sem comprometimento algum, ferindo a dignidade humana e indo contra a nossa castidade.

C.S. Lewis fala sobre a técnica usual da tentação sexual. "O sexo pode ser, do nosso ponto de vista, algo bastante inocente. Pode ser apenas mais um modo pelo qual um ser mais forte aproveita-se de um ser mais fraco..."[2]
Ele interpreta o papel de um diabo experiente e diz como tentar os homens para que façam sexo pelo simples prazer, para aproveitar-se do outro. A única desculpa justa para o casamento, segundo ele, é estar apaixonado e basta.

Em uma sociedade hedonista como a de hoje onde o que importa é o prazer a todo custo, o uso da pulseirinha é apenas uma coisa inocente...digamos que ela facilite a comunicação. Arrebento uma pulseirinha e você já sabe o que eu quero. Me entrego à você sem saber quem você é, sem saber seu nome e depois nem nos falamos e, caso nos encontremos na rua, não nos falaremos, afinal, foi só mais uma ou mais um.

O sexo é para o casamento!

Alguns, erroneamente, perguntarão: Por que não transar com a pessoa antes, para saber se é bom, para testar?
Testar? Você testa uma bicicleta, testa um carro, não uma pessoa. Se não for bom então, você à rejeita? Coloca-se o sexo como carro chefe da relação esquecendo-se do todo, da integridade e dignidade do ser?
Alguns dirão que, se não transam antes, não sabem como será. Não terão juízes julgando sua performance na cama. É você e sua esposa. É assim que funciona. Não se preocupem como vai ser.Alguns acreditam que o sexo os aproximam como casal mas, se vocês não são casados, isto é uma mentira. Isto os afastará. Por que, o corpo faz uma promessa, mas não você. Eu entrego o meu corpo, mas não me entrego. A lógica é esta quando se transa pelo prazer, fora do matrimônio.

A melhor forma de evitar problemas é trabalhando a virtude da castidade.

A castidade é a positiva integração da sexualidade na pessoa. A sexualidade se torna humana quando é integrada de modo justo na relação de pessoa a pessoa. A castidade é uma virtude moral, um dom de Deus, uma graça, um fruto do Espírito Santo. [3]

Todos, seguindo a Cristo, modelo de castidade, são chamados a levar uma vida casta segundo o próprio estado de vida: uns vivendo na virgindade ou no celibato consagrado, um modo iminente de se dedicar mais facilmente à Deus com coração indiviso;outros, se casados, vivendo a castidade conjugal; se não casados, vivendo a castidade na continencia. [4]

O fato de não ser mais virgem não nos impede de viver a castidade, o que importa é o que queremos viver daqui para frente.

Quando te decidires com firmeza a ter vida limpa, a castidade não será para ti um fardo; será coroa triunfal.[5]

Que Jesus modelo de castidade nos guie sempre a levar um vida casta e que a virgindade de Maria nos sirva de exemplo para fortalecer a nossa fé.
[1] Trecho da música Coisa de Pele de Jorge Aragão.
[2]Lewis, C.S. - Cartas de um diabo a seu aprendiz
[3]Compendio do Catecismo da Igreja Católica - n 488
[4]Compendio do Catecismo da Igreja Católica - n 491
[5] Escriva, Josemaria - Caminho

Colaboraram com esta postagem minha amiga internauta Marie Bailey e, minha amiga de luta e caminhada Fabiana Pereira.



sexta-feira, 19 de março de 2010

São José


Hoje comemoramos o dia de São José. Quando penso em São José sempre me lembro de duas coisas: amor ao trabalho e castidade.
São José é conhecido como mestre de vida interior. Um homem que deixou-se levar por Deus e aceitou a missão de ser o pai adotivo de Jesus.A Virgem Maria estava prometida à São José. Creio que, do mesmo modo que Maria foi escolhida, José também o foi.
Na simplicidade da oficina, fazia seu trabalho com amor e dedicação. Muito provável que oferecia este trabalho à Deus. Ensinou o ofício à Jesus, conforme o costume da época.
A bíblia fala pouco de José e sequer cita alguma fala sua. José é um exemplo de silêncio e nos inspira a fazer o silêncio. Há quem diga que o silêncio é a oração que mais agrada à Deus.
A castidade de José, pureza de corpo e espírito.
Muitos limitam a castidade ao seguinte ponto: Não transar antes do casamento. Esquecem que existe castidade no matrimônio e que a castidade envolve até os nossos comportamentos.
Vejam que grandeza de um santo: Virtude da pureza, santificação do trabalho, silêncio e humildade.

O silêncio é como que o porteiro da vida interior.

Deus concede a santa pureza aos que a pedem com humildade.[1]

São José mestre de vida interior e exemplo de castidade.

Que a humildade de São José nos conduza a caminhos de silêncio e pureza para o encontro perfeito com Deus.

[1] Escrivá, Josemaria - Caminho

segunda-feira, 15 de março de 2010

A Importância da Comunhão


Dia desses cabia ao meu grupo ministrar os cantos na missa. Nos preparamos, escolhemos músicas e eis que, faltando cerca de 1h para o início da santa missa, veio a faltar luz.
Ficamos lá tocando canções da igreja enquanto aguardávamos o retorno da luz. Nossa paróquia é grande, há lugar para mais de 800 pessoas. Sem luz e com uma chuva muito forte que impedia que pessoas conseguissem chegar até a nossa paróquia, o padre decidiu por fechar a paróquia.
Eis que um amigo pediu: - Padre, quero comungar!
O padre imediatamente respondeu: - Vamos à capela! Lá darei a comunhão a todos que o desejarem!

Por que este desejo tão ardente de receber a comunhão?
Respondo com o Compendio do Catecismo da Igreja Católica o que é a Eucarístia para nós:
É fonte e cume da vida cristã. Na Eucaristia, atingem o auge a ação santificadora de Deus em nosso favor e o nosso culto para com Ele. Nela está contido todo o tesouro espiritual da Igreja: o próprio Cristo, nossa Páscoa. A comunhão da vida divina e a unidade do Povo de Deus são significadas e realizadas na Eucaristia. Pela celebração eucarística unimo-nos desde já à liturgia do Céu e antecipamos a vida eterna. [1]

Jesus instituiu a Eucarístia na Quinta-Feira Santa, durante a ultima ceia ao dizer as seguintes palavras: «Tomai e comei todos: isto é o meu corpo entregue por vós» e «tomai e bebei todos: este é o cálice do meu sangue para a nova e eterna aliança, derramado por vós e por todos para a remissão dos pecados. Fazei isto em memória de mim». [2]
Observe que Jesus não fala: Isto é representa o meu corpo ou isto representa o meu sangue. Ele afirma: Este é meu corpo e este é o meu sangue.

Jesus Cristo está presente na Eucaristia de um modo único e incomparável. De fato, está presente de modo verdadeiro, real, substancial: com o seu Corpo e o seu Sangue, com a sua Alma e a sua Divindade. Nela está presente em modo sacramental, isto é, sob as espécies eucarísticas do pão e do vinho, Cristo completo: Deus e homem.
[3]

Durante a missa acontece a transubstanciação, que explico me valendo mais uma vez do CCIC: Transubstanciação significa a conversão de toda a substância do pão na substância do Corpo de Cristo e de toda a substância do vinho na substância do seu Sangue. Esta conversão realiza-se na oração eucarística mediante a eficácia da palavra de Cristo e a ação do Espírito Santo. Todavia as características sensíveis do pão e do vinho, isto é as «espécies eucarísticas», permanecem inalteradas.[4]

Considerando que Jesus está verdadeiramente presente nas espécies eucarísticas do pão e do vinho, podemos e devemos prestar o culto de adoração à Eucaristia.[5]

“Isto é o meu Corpo...”, e Jesus imolou-se, ocultando-se sob as espécies de pão. Agora está ali, com a sua Carne e com o Seu Sangue, com a sua Alma e com a sua Divindade: exatamente como no dia em que Tomé meteu os dedos em suas Chagas gloriosas. Contudo, em tantas ocasiões, tu passas ao largo, em esboçar sequer um breve cumprimento de simples cortesia, como fazes com qualquer pessoa conhecida que encontras de passagem. - Tens bastante menos fé que Tomé![6]

Roguemos à Deus para que o amor à Eucarístia nos faça sempre buscar ardentemente a sua presença e que jamais duvidemos da presença de Jesus nas espécies do pão e do vinho.

[1] CCIC - n. 274
[2] Bíblia Sagrada - Lc 22,14-20
[3] CCIC - n. 282
[4] CCIC - n. 283
[5] CCIC - n. 286 (Também chamada Adoração ao Santíssimo Sacramento)
[6] Escriva, Josemaria - Sulco, 684

domingo, 14 de março de 2010

Esquizofrenia Religiosa

Mas quando alguém te disser ta errado ou errada
Que não vai S na cebola e não vai S em feliz
Que o X pode ter som de Z e o CH pode ter som de X
Acredito que errado é aquele que fala correto e não vive o que diz [1]

Gosto muito dessa ultima parte da música: "Acredito que errado é aquele que fala correto e não vive o que diz."

Vejo isto acontecer muito com alguns pais. Levam os filhos na igreja, pedem para eles irem, são ótimos teóricos mas, não vão à igreja nem para acompanhar o filho. Que bom que pelo menos encaminham os filhos, o resto é com o Espírito Santo.

Sabemos que ser cristão não é para qualquer um, é para quem aguenta. Levar a vida de fé, ser coerente, não é fácil, é uma luta diária.

Não podemos criar em nós os sintomas de uma doença pouco conhecida mas, que pode atacar muitos cristãos: a Esquizofrenia Religiosa!

A esquizofrenia religiosa consiste exatamente no seguinte: eu conheço muito a doutrina, conheço os mandamentos, sou muito bom na teoria disso tudo mas, minha vida diária mostra que talvez eu não seja um cristão ou pelo menos, não pratico o que sei.

Gosto muito da seguinte pergunta: Se você fosse acusado de ser cristão, haveriam provas suficientes para te condenar?

O cristão que não sofra de esquizofrenia religiosa, provavelmente será preso e deverá sentir alegria por isso. Já o que sofre da doença, vai se safar da prisão mas, que pena, perdeu a chance de ter a glória sobrenatural acima de qualquer bem material.

As palavras comovem mas o testemunho convence!

Devemos ser verdadeiras testemunhas de Cristo! Não fugir da responsabilidade de cristãos, não ser cristão teórico. Devemos viver coerente e verdadeiramente a nossa fé.

Roguemos a Deus para que os sintomas da esquizofrenia religiosa não nos ataquem e, se atacarem, contemos sempre com a sua graça para combate-los.

Colaborou com este texto: Lucia Helena, minha amada mãe.

[1] Zaluzejo - O Teatro Mágico

sábado, 13 de março de 2010

A importância do Não

Vejo muitas pessoas deixando a vida correr, não tomando decisões por elas mesmas, sempre dizendo sim a tudo. O perigo disso? tornar-se dependente, sujeito aos outros e não tornar-se protagonista da sua própria história. A cada dia precisamos tomar decisões, algumas fáceis outras difíceis mas, sempre teremos que decidir entre um sim ou um não.
Lembro-me do filme: "Sim, Senhor" no qual o personagem fez um acordo e dizia Sim à tudo. Aconteceram muitas coisas boas na vida dele, no entanto ele não tinha critérios para decidir entre o sim ou o não. As consequencias de certa forma foram um pouco desastrosas, no que tange os valores morais.
Muitos pais, achando estarem fazendo o bem, nunca recusam nada ao filho. Garanto que quando este se tornar homem, não saberá que o mundo as vezes diz não, e poderá frustrar-se e isso será gravíssimo.
Certa vez recebi um manual sobre como fabricar um delinquente e este era o primeiro item:
1- Comece na infância ao dar a seu filho tudo que ele quiser. Assim, quando crescer, ele acreditará que o mundo tem obrigação de lhe dar o que desejar.[1]

Os adolescentes(aborrecentes) muitas vezes não compreendem o não dos pais nem as exigencias que os pais fazem. Quero dar a estes o seguinte conselho:"Os pais já passaram pelo que vocês estão passando e tem mais experiência, confiem neles!"

Minha mãe nunca deu nada a mim ou ao meu irmão só por que pedimos. Tinhamos que cumprir etapas e esperar. Nada era quando pedíamos e sim, quando ela tinha condição de nos dar. Com isso, aprendemos a valorizar o tempo e o dinheiro.

Quero falar também do fato de devermos obediência. Quando falamos em dever obediência, não pode ser uma obediência sem critério. Devemos refletir: Fere minha dignidade, é imoral, prejudica o próximo ou ofende à Deus? Se a resposta para essas perguntas for sim, de certo que não devemos obedecer.

Um grande fator que as vezes nos impede de dizer não é o medo. Não devemos ter medo, devemos ter coragem de enfrentar aquilo que sabemos que é errado e agir. "Eu não te dei um espírito de medo!"[2]

Acostuma-te a dizer que não.[3]

Que Deus nos ilumine sempre para, sempre que necessário, não temermos dar o não como resposta.

acessado em 13/03/2010.
[2] II. Timóteo 1:7
[3] Escrivá, Josemaria - Caminho

terça-feira, 9 de março de 2010

Orgulho Religioso

Jesus lhes disse ainda esta parábola a respeito de alguns que se vangloriavam como se fossem justos, e desprezavam os outros: Subiram dois homens ao templo para orar. Um era fariseu; o outro, publicano.O fariseu, em pé, orava no seu interior desta forma: Graças te dou, ó Deus, que não sou como os demais homens: ladrões, injustos e adúlteros; nem como o publicano que está ali. Jejuo duas vezes na semana e pago o dízimo de todos os meus lucros.O publicano, porém, mantendo-se à distância, não ousava sequer levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Ó Deus, tem piedade de mim, que sou pecador!Digo-vos: este voltou para casa justificado, e não o outro. Pois todo o que se exaltar será humilhado, e quem se humilhar será exaltado.[1]

Esta passagem do evangelho fala da humildade da nossa oração mas, quero focar o fariseu. Muitas vezes nos comportamos como o fariseu. Nos orgulhamos de nós mesmos por que vamos todos os domingos à missa, fazemos orações diárias, adoração ao santíssimo, damos aquela escapada na hora do almoço para visitar uma igreja próxima do trabalho. Tudo isso é muito bom e agradável à Deus, desde que feito de coração e não por nos sentirmos maiores que os outros.

Um grande perigo desses nossos comportamentos externos é o Orgulho Religioso. Segundo C.S. Lewis, em seu livro Cartas de um diabo a seu aprendiz[2], quando nos encontramos em graça uma das armas do inimigo é fazer com que nós acreditemos que somos melhores que os outros devido ao nosso espírito de piedade, oração, transcedencia. É uma grande arma do inimigo para que, aos poucos, nos convertamos em fariseus e, comecemos a fazer os juízos temerários, julgando a intenção das pessoas.

Uma coisa comum do Orgulho Religioso é quando vamos à missa e, mesmo inconscientemente, falamos: Ei, olhe a veste daquela pessoa! Eu não, só venho à missa com o traje adequado. Ei, olha só, indo comungar, depois de tudo que fez essa semana???

Acho que em tudo se aplica a correção fraterna quando necessária e a oração sempre.
Sempre que nos saltar esses pensamentos de juízo temerário lembremos: Primeiro, oração; depois, expiação; em terceiro lugar, muito em “terceiro lugar”, ação.[3]

Roguemos à Deus para que o nosso amor à religião e busca pela coerencia com ela na vida diária, não nos faça criar o Orgulho Religioso e que, todo juizo temerário se converta em oração.

[1] Lc 18, 9-14
[2] Lewis, C.S. - Cartas de um diabo a seu aprendiz - WMF Martins Fontes
[3] Escriva, Josemaria - Caminho - Quadrante

segunda-feira, 8 de março de 2010

A Grandeza do Trabalho

Muitos acham que o trabalho é castigo. Deus quando colocou o homem no mundo o colocou Ut Operaretur, ou seja, para trabalhar.

O nosso trabalho deve ser ocasião de evangelizar e glorificar à Deus. A grandeza do trabalho consiste em enxergá-lo como uma oferta à Deus, logo, como farás este trabalho?

Já em Genese lemos sobre as ofertas de Caim e Abel. Abel oferecia à Deus as partes gordas das primeiras crias do seu rebanho.[1]

Em outro trecho falará sobre honrarmos Deus com as primícias.[2]

Ou seja, não podemos fazer um trabalho marretado, de qualquer jeito. Devemos oferecer à Deus um trabalho de qualidade, bem feito e bem acabado.

Muitos se questionam por que alguns profissionais tem um prestígio maior que eles e, quando reflito sobre isso só me vem uma resposta: O que tem maior prestígio, santifica o trabalho!
Mesmo os ateus, inconscientementes, santificam o trabalho. Tratam de fazer um trabalho de qualidade, com perfeição, sem marretar, terminam o que começaram, fazem tudo o que se propõem a fazer, tem planejamento, são disciplinados no horário. Mesmo que ofertem este trabalho ao seu patrão e não à Deus.

Martin Valverde, um grande músico e pregador católico diz: - Se quiser ter sucesso, busque a fama, se quiser ter graça, busque a eternidade.

Assim devemos ser no nosso trabalho. Em todo momento encontrar à Deus e oferecer à Deus as nossas Obras. Santificar o trabalho, santificar com o trabalho e santificar-se no trabalho.

Diante de Deus, nenhuma ocupação é em si mesma grande ou pequena. Tudo adquire o valor do Amor com que se realiza. [3]

Que Deus nos ilume sempre para que, com sua graça, possamos oferecer um trabalho que lhe seja agradável.

[1] Ge 4, 4
[2] Prov 3, 9
[3] São Josemaria Escriva - Sulco, 487

sábado, 6 de março de 2010

As Imagens e os Santos

Muitos acham que nós católicos adoramos imagens e criticam muito a presença delas em nossa igreja. Valem-se muito da seguinte passagem da bíblia: "Não fareis deuses de prata, nem deuses de ouro para pôr ao meu lado."[1]

Devemos compreender o contexto histórico que foi escrito isto. Deus liberta o povo da escravidão e espera fazer aliança com o povo. O povo em contrapartida, pela demora de Moisés, resolve fazer um bezerro de ouro.[2]

O desespero do povo pelas demoras de Deus, que muitas vezes acontece nos dias de hoje, faz isso. Esquecemos que o nosso tempo não é o tempo de Deus e, como Ele não atende nossas demandas, buscamos outras saídas. Foi exatamente o que o povo fez. E Deus já havia condenado isto.

Apesar da condenação, se voltarmos um um pouquinho na leitura da bíblia, veremos:"Farás dois querubins de ouro;e os farás de ouro batido, nas duas extremidades da tampa, um de um lado e outro de outro, fixando-os de modo a formar uma só peça com a extremidade da tampa. Terão esses querubins suas asas estendidas para o alto, e protegerão com elas a tampa, sobre a qual terão a face inclinada."[3]

Ou seja, o mesmo Deus que condenou a imagem, pede para que se faça a imagem. O que devemos compreender aqui é que não devemos fazer imagem de Deus, adorar um objeto imaginando que este é Deus, como foi a adoração ao bezerro de ouro.

As imagens na igreja católica nada mais são que objetos de decoração. É comum irmos nas casas de amigos e vermos quadro com fotos, fotos dos avós já falecidos, fotos de amigos. Estão lá para relembrar essas pessoas, não para adorá-las. Da mesma forma são as imagens na igreja católica. Eu tive a oportunidade de visitar uma igreja católica ortodoxa e observei que, não há imagens de gesso ou madeira mas, colocam quadros com a imagem dos santos. Esta é a cultura ortodoxa.
A imagens existentes são sempre de santos ou da Virgem Maria.

Devemos diferenciar os cultos prestados a cada um desses.

Existem três tipo de Culto:

1 - Adoração ou Latria - Este culto é prestado somente à Deus, pois somente Ele é digno de adoração.
2 - Hiperdulia - Culto prestado à Virgem Maria.
3 - Dulia - Culto prestado aos anjos e santos.

Devemos pensar nos santos como aqueles que mais se aproximaram de Deus, que cumpriram sua vontade. Se queremos ser amigos de Deus, por que não termos essas pessoas como exemplo para nossas vidas?

Devemos pensar ainda na Comunhão dos Santos.

"A comunhão dos santos designa a comunhão entre as pessoas santas (sancti), ou seja, entre os que pela graça estão unidos a Cristo morto e ressuscitado." [4]

"A imagem de Cristo é o ícone liturgico por excelência. As outras, que representam Nossa Senhora e os santos, significam Cristo, que nelas é glorificado. Proclamam a mesma mensagem evangélica que a Sagrada Escritura transmite mediante a palavra e ajudam a despertar e a nutrir a fé dos crentes."[5]

Roguemos à Deus para que, a exemplo dos santos e da Virgem Maria, possamos caminhar retamente ao seu encontro.

[1] Ex 20, 23.
[2] Ex 32, 1-4.
[3] Ex 25, 18-20.
[4] CCIC 195.
[5] CCIC 240.

sexta-feira, 5 de março de 2010

O Pecado


Muitas vezes nos perguntamos o que seria pecado. As atitudes que tomamos que muitas vezes passam despercebidas e podem magoar o coração do irmão, pode sim ser um pecado. Se quisermos evitar o pecado, devemos observar os mandamentos. Gosto do grande resumo que Jesus fez dos mandamentos: Amar à Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a ti mesmo. No princípio da ética falamos: Fazei o bem e evitai o mal.
Assim deve ser nossa luta contra o pecado. O pecado nada mais é que um afastar-se de Deus.

Pecar é recusar a Deus nossa obediência, o nosso amor.

Amar a Deus não é dar saltos de alegria cada vez que escuta o seu nome mas, fazer o que Ele nos pede.[1]

Assim devemos pensar nos nossos atos. Esta atitude que estou tomando agrada ou desagrada à Deus? Devemos lembrar sempre que Deus é o maior ofendido com o nosso pecado.
Pensemos também nos pecados veniais e nos pecados mortais. Esses pecados veniais ou pecados leves como alguns conhecem, também nos afastam de Deus. O fato é que estamos um pouco "anestesiados" e as vezes confessamos esses pecados apenas por confessar, sem termos tido de fato uma contrição, um real arrependimento.
Não devemos ter medo dos nossos pecados mortais mas dos pecadinhos de estimação que aos poucos nos afastam de Deus.

Que pena me dás enquanto não sentires dor dos teus pecados veniais! - Porque, até então, não terás começado a ter verdadeira vida interior.[2]

Os pecados graves, costumeiramente o reconhecemos com mais facilidade. Devemos ter em mente só um fato: Quem costumeiramente faz o bem, percebe quando faz o mal mas, quem costumeiramente faz o mal não percebe o mal que está fazendo.
Sejam veniais ou mortais(graves), devemos sempre recorrer ao sacramento da reconciliação com o sacerdote e não nos desesperarmos da misericórdia divina.
Alguns dirão: - Eu, me ajoelhar diante de um homem igual a mim para me confessar??? Eu responderei: - Que bom que é um homem igual à ti, pecador como ti e que conhece suas limitações. Ele não pode te julgar nem condenar por que erra tanto quanto a ti. Mas, transmite a misericórdia de Deus através do sacramento da confissão. Para os que relutam contra a autoridade sacerdotal para este sacramento usarei o evangelho: "Depois dessas palavras, soprou sobre eles dizendo-lhes:"Recebei o Espírito Santo. Aqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados; àqueles a quem os retiverdes, ser-lhes-ão retidos."[3]

Pela tradição apostólica, o poder foi conferido aos discípulos e é trazido até os nossos dias sendo o poder conferido aos sacerdotes.

O perdão é fruto do arrependimento.

"Aquele que estiver com o olfato da alma em boas condições perceberá como fedem os seus pecados."[4]

Roguemos à Deus para que sempre tenhamos a graça da confissão sacerdotal e que nunca nos desesperemos da sua misericórdia.

[1] Trese, J. Leo - A Fé Explicada
[2] Escrivá, Josemaria - Caminho
[3] Jo 20;22-23
[4] Santo Agostinho - Comentários sobre o salmo 37

quinta-feira, 4 de março de 2010

A Santa Missa


"Digo-vos ainda isto: se dois de vós se unirem sobre a terra para pedir, seja o que for, consegui-lo-ão de meu Pai que está nos céus. Porque onde dois ou três estão reunidos em meu nome, aí estou eu no meio deles." [1]

Muitos se perguntam qual é a importancia de ir à missa pelo menos todos os domingos. Acho que esse trecho do evangelho responde a este questionamento de forma simples e resumida.

Quando pensamos na missa devemos pensar na oração dos fiéis e na unidade da igreja. A missa não é nossa oração particular ou oração mental que devemos fazer em nosso quarto. Tão pouco como o terço que, embora possa ser rezado em comunidade, tem estrutura própria e é uma demonstração de nosso amor à Mãe Maria.

A missa é a renovação do sacríficio de Jesus por nós. Aquele sacrifício foi a única e verdadeira missa, que se repete todos os dias no altar de cada igreja tendo, dessa vez, o sacerdote como Jesus e a assembléia como os discípulos.

Muitos questionam a duração da missa ou o rigor da liturgia. Para os que acham a missa longa eu respondo com as palavras de São Josemaria Escriva: "A Missa é comprida, dizes, e eu acrescento: porque o teu amor é curto." [2]

O rigor da liturgia busca nos lembrar do valor do rito. Existem pequenos gestos que, embora simples, demonstramos nosso amor à liturgia. A genuflexão por exemplo, completa reverencia à Realeza de Cristo presente em todas as missas. O valor que devemos dar à Hostia Consagrada, que após a consagração, com o efeito da transubstanciação, não mais é um simples pão, mas verdadeiramente o corpo de Cristo.
Como tratamos a realeza? Creio que não é de qualquer jeito, mas de um modo especial. Jesus é o verdadeiro rei e assim deve ser tratado, por isso o rigor da liturgia.

Costumo participar de missas no mosteiro e vejo que o rigor da liturgia não afasta as pessoas mas, as encanta.

Devemos pensar também nas vestes que vamos à missa. Quando um jovem está apaixonado, coloca a melhor roupa para encontrar a amada. Não menosprezando o sentimento humano mas, se tratamos assim uma pessoa qualquer pelo simples fato de estamos apaixonados, por que não trataremos com o mesmo amor e respeito o verdadeiro e primeiro Amor?
Nas minhas viagens pelo nordeste ainda costumo ouvir quando estou bem trajado: Ei, por que essa roupa de domingo? Creio que perdeu-se um pouco disso ao longo dos anos. Não podemos aplicar a lógica do: O que vale é o meu coração. Devemos lembrar que é a oração da assembléia, do povo, a sua veste não pode tirar a atenção do irmão. Como dizem alguns: A nossa veste reflete nosso estado de espírito.

A preparação para missa deve ser completa: Confissão, veste, estado de espírito, reverencia, postura, etc.

Eu costumo servir na parte da música e sempre penso: A comunidade está olhando para mim, qual deve ser minha postura, qual veste... É um fato que nós que estamos servindo devemos ter uma atenção maior porém, não isenta a comunidade desta preocupação.

Direi ainda daqueles que costumam chegar atrasados na missa e acredite, não são poucos. Chegam atrasados muitas vezes por que quiseram realmente chegar atrasados e usam a desculpa: Se chegar antes das leituras a missa é válida... Bem, responderei a esta justificativa com um mandamento da Igreja: "Participar da missa inteira nos domingos e em outras festas de guarda e abster-se de ocupações de trabalho."[3]

"Participar da missa inteira". Levando em conta que é a oração da comunidade, o acolhimento já faz parte da missa. É claro que nos dias atuais é difícil abster-se de ocupações de trabalho mas, sempre que possível, devemos fazê-lo. [4]

Para concluir deixarei aqui os dias em que a igreja nos pede que participemos da santa missa[5]:

1 - Todos os domingos do ano.
2 - Dia 1º de janeiro, festividade de Santa Maria, Mãe de Deus.
3 - Festividade do Corpo e Sangue de Cristo (Corpus Christi), celebrada na quinta-feira depois do Domingo da Santíssima Trindade.
4 - Dia 8 de dezembro, festividade da Imaculada Conceição da Virgem Maria.
5 - Dia 25 de dezembro, Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Que o amor à Jesus e à Mãe Igreja nos motive sempre à participar do Santo Sacrifício.


[1] Mt 18, 19-20
[2] São Josemaria Escrivá, Fundador do Opus Dei, em Caminho, 529
[3] 1º Mandamento dos 5 mandamentos da Igreja conforme CIC, 2041-2043
[4] Existem profissões que não permitem mesmo isentar-se das obrigações de trabalho. Para os que podem, busquem horários alternativos para participação na Santa Missa.
[5] Retirado do Resumo da Doutrina Católica no livro Seleta de Orações.

quarta-feira, 3 de março de 2010

A Solidão

Muitas vezes nos encontramos solitários e tendemos a nos sentir abandonados.
A frieza do coração tende a fazer de nós seres tíbios, incapazes de sentir qualquer emoção ou calor no coração.
O que não compreendemos é a importancia da solidão. "Eu te vou dizer quais são os tesouros do homem na terra, para que não os desperdices: fome, sede, calor, frio, dor, desonra, pobreza, solidão, traição, calúnia, cárcere...".[1]
Se considerarmos a solidão de fato como um tesouro, aprenderemos a valorizar esses momentos que são de grande importancia para fortalecer a nossa alma.
Jesus costumava retirar-se para orar, ficou em um deserto solitário e tantas outras cenas do evangelho podemos lembrar. Abandonado até mesmo pelos seus discípulos no momento do cárcere, até mesmo Pedro, que prometeu morrer ao lado do mestre, o abandonou.
Jesus continua sendo abandonado nos dias de hoje. O nosso irmão solitário na rua, o irmão que passa fome, o irmão desempregado...
Observo que, a maior solidão de Jesus é na eucarístia, muitas vezes abandonado no sacrário, sem ninguém para estar orando com ele.
Como podemos nos sentir solitários quando não correspondemos a este amor maravilhoso de Jesus na eucarístia?
Sempre que nos sentirmos solitários, abandonados, mal amados, etc. lembremos de Jesus na eucarístia e Jesus no irmão.
A solidão fortalece a alma. Para o cristão a solidão não é castigo ou pena mas, momento de reflexão, encontro e amadurecimento na fé.
Aproveitemos este tempo de Quaresma para buscar alguns momentos de solidão, com base em Cristo, para que na solidão, encontremos o verdadeiro consolo da alma.

[1] São Josemaria Escriva - Caminho, 194 - Sobre a mortificação

terça-feira, 2 de março de 2010

A Vocação Sacerdotal

Tenho pensado sobre o sacerdócio, mas não consigo imaginar não ter relações sexuais pelo menos uma vez na minha vida. Deus entenderia se eu tivesse só uma vez por questão de experiência?

Sete séculos atrás, um jovem chamado Thomas de Aquino sentia um chamado do Senhor para juntar-se a ordem Dominicana. No entanto, sua família tinha outros planos. Então, eles contrataram uma prostituta para seduzi-lo. Quando ela tentou tirá-lo de sua vocação, ele a colocou para fora do quarto usando brasas quentes. Imagine se este grande santo, que conhecemos como "O Doutor Angélico da Igreja", tivesse sucumbido ao seu convite.

Da mesma maneira que um homem que está planejando se casar e se tornar um pai começa a reavaliar sua vida em função das responsabilidades e expectativas da paternidade, um jovem que pensa sobre o sacerdócio ou vida religiosa deve estar pensando em viver sob as expectativas de Deus e não se deixar levar pelas expectativas do mundo.

Além das conseqüências espirituais do sexo, você também tem que considerar o fato de que um ato sexual pode trazer uma criança ao mundo. Que tipo de pai que você quer ser? Um espiritual, ou um biológico? Seja qual for a sua opção, entregue-se inteiramente a esse chamado. Por outro lado, qual a consequencia emocional que isso vai levar a você e a mulher? Você estaria usando-a, como você disse, "por questão de experiência." Isto não é maneira de preparar-se para se tornar uma imagem de Cristo no sacerdócio.

Como você percebe, escolher a vida pura é exigente. Jesus exige que todos os seus seguidores estejam prontos a fazer sacrifícios: "Ninguém que põe a mão no arado e olha para trás é apto para o reino de Deus" (Lucas 9:62). Persevere para Cristo. "Meu filho, apega-te ao teu dever, ocupe-se dele, envelhece fazendo sua tarefa. Não admire como vivem os pecadores, mas confia no Senhor e espera a sua luz "(Sir. 11:20-21, NAB).

Não cometa o erro de pensar sobre o celibato, em termos negativos. Se você se tornar um padre ou religioso, então o dom de sua sexualidade não está sendo desperdiçado. Em vez disso, você está sendo oferecido como um sacrifício vivo a Deus, para o bem da Igreja. Para dar a sua virgindade para outra seria como um noivo perder a virgindade com uma desconhecida na noite antes de seu casamento. Faça esse sacrifício, como um noivo aguarda a sua noiva. Como disse o Papa João Paulo II, os jovens "sabem que sua vida tem sentido na medida em que torna-se um dom gratuito para os outros." [1]. Se o Senhor te chamou para si mesmo, então você é dEle. Como São Francisco, uma vez disse aos seus irmãos, "Não segure nada de vós para vós, para que aquele que se doou totalmente a você possa recebê-lo totalmente." [2]

Como recompensa por uma doação tão generosa de si mesmo, Cristo promete: "Não há ninguém que tenha deixado casa ou irmãos ou irmãs, ou pai ou mãe, filhos ou campos por minha causa e pelo evangelho, que não receberá cem vezes mais Agora, neste tempo, casas, irmãos e irmãs, mães, filhos e terras, com perseguições e no mundo vindouro a vida eterna "(Marcos 10:29-30).

Além disso, lembre-se que a união em uma só carne de um marido e mulher é apenas um sinal que aponta para uma realidade eterna: que todos serão unidos a Deus no céu.
O celibato dos padres católicos em todo o mundo é um testemunho constante para a humanidade que existe uma realidade maior do que o cotidiano e os prazeres da terra. Ao desistir do ato conjugal nesta vida, você está basicamente dizendo a Deus que você está ignorando o sinal e começando a abraçar a realidade da união total com Deus.

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[1]. Pope John Paul II, Cruzando o Limiar da Esperança (Nova York: Alfred A. Knopf, Inc., 1994), 121.
[2]. "Uma Carta para toda a Ordem", 29 de Regis J. Armstrong e C. Ignatius Brady, trad. Francisco e Clara: The Complete Works (Nova York: Paulist Press, 1982), 58.

Fonte: http://www.chastity.com/chastity-qa/vocations/if-youre-going-become-priest-it-okay-j
acessado em 02/03/2010.
Tradução: Deyvid Lima
N.T: A tradução dos trechos bíblicos foi feita de acordo com a New American Bible e com a Bíblia Ave Maria.

segunda-feira, 1 de março de 2010

Do Namoro Virtual

Nos dias de hoje a maravilhosa ferramenta da Internet nos permite estreitar a distancia entre as pessoas.
Com base nesse estreitar alguns até se comprometem pela rede. Vemos vários sites de relacionamento, agencias de casamento e por aí vai.
Embora a Internet, teoricamente, estreite os laços, ela tende, na verdade, a afastar as pessoas.
Entramos em um mundo virtual onde não convivemos verdadeiramente com as pessoas e esquecemos da realidade ao nosso lado. Fazemos amizades pela rede e nunca sequer encontramos a pessoa face a face, nem pensamos um dia fazê-lo.
Toda relação é baseada em companheirismo, cuidado, convivência, conversa, afeto e troca de experiências.
Devemos compreender que, o namoro é uma etapa da caminhada para o matrimônio.Nessa etapa é que aprendemos a conviver com o outro, a renunciar, ceder algumas vezes, conhecer os defeitos e qualidades. O convívio pela rede é suficiente para manter um laço forte para conduzir ao matrimônio? Me vem agora à cabeça a letra de uma música conhecida:...Pra que tanto telefonema se o homem inventou o avião Pra você chegar mais rápido ao meu coração...Vou desligar, não me ligue mais A obrigação da tua voz é estar aqui. (Tele fome - Jota Quest)
Afinal, é o que todo enamorado quer: estar ao lado do ser amado, conhecê-lo, olhar nos olhos, falar palavras ao pé do ouvido, trocar promessas de amor...
No mundo virtual podemos ser quem nós quisermos. Podemos ser o cara alto de olhos claros, podemos ser a morena de corpo perfeito, podemos ser quem nós quisermos ser. A tela é como um escudo para nossos defeitos e as vezes até impedem de mostrar as nossas qualidades.
Devemos lembrar também que o namoro é uma etapa de amadurecimento e crescimento à dois. Na rede é possível simplesmente falar pouco, ter um bom diálogo, ser o cara "bom de papo" como falam e, pessoalmente, ser o tímido, o caladão.
Quero deixar aqui claro uma coisa: nada contra o namoro virtual, desde que se conheçam os limites da ferramenta e, se surge de fato um interesse, tome os cuidados necessário e vá ao encontro da pessoa. Antes mesmo da internet já existiam essas conferencias por telefone para conhecer pessoas e sabemos que não podemos confiar. Na internet não é diferente.
Um outro ponto que quero colocar é que muitos adolescentes usam a rede nesse intuito mesmo, o namoro virtual. No namoro real os adolescentes não tem maturidade suficiente para suportar algumas coisas como: traição, termino de um namoro e outras coisas mais. Os pais devem estar por perto dando todo o apoio que eles precisarem quando acontecer essas situações, inclusive na rede. Pais olhos atentos para os pequenos, por mais fortes que eles queiram se mostrar, o colo dos pais é o lugar mais seguro e que eles desejariam nunca ter saído.
Quero concluir pedindo para rezarmos para que a internet seja sempre usada como uma ferramenta e que, as relações virtuais não nos impeçam de fortalecer as nossas relações reais.

Minha namorada quer transar, e agora???

O relacionamento sexual não é mera aventura ou sonho de verão...
Recebi muitos comentários sobre o artigo "Meu namorado quer transar, e agora?", sendo que alguns rapazes cristãos chamaram a minha atenção no sentido de que hoje as moças também estão muitas vezes exigindo "transar" no namoro, deixando-os em situação difícil.
Em primeiro lugar, devo dizer que recebi o título do artigo da equipe do Portal da Canção Nova e pensei que devesse me limitar a ele; na verdade, eu poderia ter abordado o assunto de ambos os lados, das moças e dos rapazes.
No tempo do meu namoro – que já vai longe! – quase não se cogitava a possibilidade de uma moça exigir do namorado a realização do ato sexual; e os pais cuidavam disso muito de perto. Talvez por isso, inconscientemente, eu tenha me restrito ao tema do artigo proposto.
Um rapaz, que reclamou da parcialidade do meu artigo, disse-me que terminou o namoro com uma garota porque ela exigia dele vida sexual. Na resposta a seu e-mail, a primeira coisa que escrevi foi um elogio a ele com minhas congratulações por se comportar de verdade, corajosamente, como um jovem verdadeiramente cristão; algo não tão comum hoje em dia.
Nossos jovens cresceram sem receber a menor informação sobre o "brilho" da virtude da pureza; e, por isso hoje, quase sem culpa, estão encharcados de sexo vazio.
Se o ato sexual no namoro não deve ser forçado pelo rapaz, muito menos pela moça, uma vez que ela é quem mais vai ficar marcada com esse comportamento. Ora, sabemos que a mulher é detalhista e não se esquece de nada que ocorra na sua vida, especialmente na área romântica. Minha esposa, depois de 40 anos, ainda sabe a cor da camisa que eu usava quando comecei a namorá-la; lembra-se de tudo, dos detalhes, das músicas... Confesso que eu não me lembro de quase nada.
É preciso dizer aqui que a parte que mais sofre com a vida sexual fora de lugar é a mulher. A jovem, na sua psicologia feminina, não esquece os menores detalhes da sua vida amorosa. Ela guarda a data do primeiro encontro, o primeiro presente, etc... Será que ela vai se esquecer da primeira relação sexual? É claro que não!
A primeira relação deve acontecer num ambiente preparado, na lua-de-mel, quando a segurança do casamento a sustenta. A vida sexual de um casal não pode começar de qualquer jeito, às vezes dentro de um carro numa rua escura, ou mesmo num motel, que é um antro de prostituição. O relacionamento sexual não é mera aventura ou sonho de verão; não, é o selo de um compromisso de duas pessoas maduras que decidiram entregar a vida um ao outro e aos filhos, até a morte. O sexo e o amor são a nascente da vida humana; e não uma mera curtição.
Além do mais, quando o namoro termina, as marcas que o sexo deixa ficam no corpo da mulher para sempre. Para o rapaz tudo é mais fácil. Ele não precisa usar pílula anticoncepcional (que faz mal para a mulher), nem o DIU ou a pílula do dia seguinte, que é uma bomba de hormônio na mulher. O rapaz não corre o risco também de uma gravidez indesejada ou de procurar o crime do aborto para eliminar a criança que não devia ter sido gerada.
Eu me lembro que, na década de 70, para diminuir os acidentes de trânsito, o Governo lançou um slogan: "Não faça de seu carro uma arma, a vítima pode ser você". Podemos perfeitamente plagiar essa frase e dizer: "Não faça do seu corpo uma arma, a vítima pode ser você". Já vi e ouvi muitas moças chorarem porque brincaram com o sexo. Não faça isso!
O namoro é o tempo de conhecer o coração do outro e não o seu corpo; é o momento de explorar a sua alma e não o seu físico. Para tudo há a hora certa, no momento em que as coisas acontecem com equilíbrio e com a bênção de Deus. Espere a hora do casamento, e então você poderá viver a vida sexual por muitos anos e com a consciência em paz, certa de que você não vai complicar a sua vida, a do seu namorado e nem mesmo a da criança inocente.
O bom para o namoro é uma vida de castidade, que é a melhor preparação para o casamento. Sem dúvida, um casal de namorados que souber aguardar a hora do casamento para viver a vida sexual, é um casal que exercitou o autocontrole das paixões e saberá ser fiel um ao outro na vida conjugal.
Se você quer um dia construir uma família sólida, um casamento estável e uma felicidade duradoura, então precisa plantar hoje para colher amanhã. Ninguém colhe se não semear. Na Carta aos Gálatas, São Paulo diz: "De Deus não se zomba. O que o homem semeia, isto mesmo colherá" (Gl 6,7).
Peço que você faça esta experiência: Veja quais são as famílias bem constituídas, veja quais são os casamentos que estão estáveis e verifique sob que bases eles foram construídos. Você verá que nasceram de casais de namorados que se respeitaram e não brincaram com a vida do outro.
Felipe Aquino
Fonte: Comunidade Canção Nova
retirado do site: http://www.misericordia.com.br/religioso/index.php?option=com_content&view=article&id=58:minha-namorada&catid=8:formacoes&Itemid=42
acessado em 20/02/2010

Do Tempo da Quaresma

Entramos no tempo da Quaresma: tempo de penitência, de purificação, de conversão. Não é tarefa fácil. O cristianismo não é um caminho cômodo: não basta estar na Igreja e deixar que os anos passem. Na nossa vida, na vida dos cristãos, a primeira conversão - esse momento único, que cada um de nós recorda, e em que se percebe claramente tudo o que o Senhor nos pede - é importante; mas ainda mais importantes, e mais difíceis, são as sucessivas conversões. E para facilitar o trabalho da graça divina com estas conversões sucessivas, é preciso conservar a alma jovem, invocar o Senhor, saber escutar, descobrir o que vai mal, pedir perdão.
Invocabit me et ego exaudiam eum, lemos na liturgia deste Domingo : se me invocardes, eu vos escutarei, diz o Senhor. Devemos considerar esta maravilha que são os cuidados que Deus tem conosco, sempre disposto a ouvir-nos, atento em cada instante à palavra do homem. Seja em que tempo for - mas agora de um modo especial, porque o nosso coração está bem disposto, decidido a purificar-se -, Ele nos escuta, e não deixará de atender às súplicas de um coração contrito e humilhado.
O Senhor escuta-nos para intervir, para penetrar na nossa vida, para nos livrar do mal e cumular-nos de bem. Eripiam eum et glorificabo eum , eu o livrarei e o glorificarei, diz do homem. Portanto, esperança de glória. E aqui temos, como em outras ocasiões, o começo desse movimento íntimo que é a vida espiritual. A esperança dessa glorificação acentua a nossa fé e estimula a nossa caridade. E deste modo se põem em movimento as três virtudes teologais, virtudes divinas que nos assemelham ao nosso Pai-Deus.
Haverá melhor maneira de começarmos a Quaresma? Renovamos a fé, a esperança, a caridade. Esta é a fonte do espírito de penitência, do desejo de purificação. A Quaresma não é apenas uma ocasião de intensificarmos as nossas práticas externas de mortificação; se pensássemos que é apenas isso, escapar-nos-ia o seu sentido mais profundo na vida cristã, porque esses atos externos - repito - são fruto da fé, da esperança e do amor.

Retirado do livro "É Cristo que Passa" de São Josemaria Escrivá, em A Conversão do Filhos de Deus, ponto 57.