terça-feira, 9 de março de 2010

Orgulho Religioso

Jesus lhes disse ainda esta parábola a respeito de alguns que se vangloriavam como se fossem justos, e desprezavam os outros: Subiram dois homens ao templo para orar. Um era fariseu; o outro, publicano.O fariseu, em pé, orava no seu interior desta forma: Graças te dou, ó Deus, que não sou como os demais homens: ladrões, injustos e adúlteros; nem como o publicano que está ali. Jejuo duas vezes na semana e pago o dízimo de todos os meus lucros.O publicano, porém, mantendo-se à distância, não ousava sequer levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Ó Deus, tem piedade de mim, que sou pecador!Digo-vos: este voltou para casa justificado, e não o outro. Pois todo o que se exaltar será humilhado, e quem se humilhar será exaltado.[1]

Esta passagem do evangelho fala da humildade da nossa oração mas, quero focar o fariseu. Muitas vezes nos comportamos como o fariseu. Nos orgulhamos de nós mesmos por que vamos todos os domingos à missa, fazemos orações diárias, adoração ao santíssimo, damos aquela escapada na hora do almoço para visitar uma igreja próxima do trabalho. Tudo isso é muito bom e agradável à Deus, desde que feito de coração e não por nos sentirmos maiores que os outros.

Um grande perigo desses nossos comportamentos externos é o Orgulho Religioso. Segundo C.S. Lewis, em seu livro Cartas de um diabo a seu aprendiz[2], quando nos encontramos em graça uma das armas do inimigo é fazer com que nós acreditemos que somos melhores que os outros devido ao nosso espírito de piedade, oração, transcedencia. É uma grande arma do inimigo para que, aos poucos, nos convertamos em fariseus e, comecemos a fazer os juízos temerários, julgando a intenção das pessoas.

Uma coisa comum do Orgulho Religioso é quando vamos à missa e, mesmo inconscientemente, falamos: Ei, olhe a veste daquela pessoa! Eu não, só venho à missa com o traje adequado. Ei, olha só, indo comungar, depois de tudo que fez essa semana???

Acho que em tudo se aplica a correção fraterna quando necessária e a oração sempre.
Sempre que nos saltar esses pensamentos de juízo temerário lembremos: Primeiro, oração; depois, expiação; em terceiro lugar, muito em “terceiro lugar”, ação.[3]

Roguemos à Deus para que o nosso amor à religião e busca pela coerencia com ela na vida diária, não nos faça criar o Orgulho Religioso e que, todo juizo temerário se converta em oração.

[1] Lc 18, 9-14
[2] Lewis, C.S. - Cartas de um diabo a seu aprendiz - WMF Martins Fontes
[3] Escriva, Josemaria - Caminho - Quadrante

Um comentário:

  1. Concordo plenamente. Temos que tomar muito cuidado com o orgulho farisaico, que desemboca na auto suficiência, no absurdo de acharmos que a salvação só depende de nós, do nosso agir, e não de Deus.

    Parabéns pelo blog!

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